Estamos entrando em um período de transição em nossa forma de "ver" imagens em vídeo, especialmente filmes. O que está mudando é o caminho que estes filmes percorrem até chegar ao player de DVD da nossa sala de estar - aliás, este destino final também está mudando. Está-se formando uma nuvem, com a pulverização das formas de acesso a essas imagens. Os sinais deste processo aparecem dia após dia. É assim por exemplo que uma grande cadeia de lojas dedicada ao comércio varejista adquiriu no ano passado os pontos de comércio no país de uma grande locadora de vídeo americana (Americanas / Blockbuster). Interessada justamente nesses pontos de venda e não no negócio de DVDs, o que se viu após a transferência foi o gradual encolhimento das prateleiras das lojas originais e a substituição dos discos por ítens como liquidificadores e artigos de papelaria.

Isso chama a atenção para o que vem acontecendo no segmento de locadoras: seu desaparecimento gradual ou então sua especialização em determinados temas ou filmes raros e antigos. Com esse processo vai também desaparecendo aos poucos um antigo costume, enraizado na população desde a época das fitas VHS: sair em busca de um filme para assistir comendo pipoca em casa.

Hoje o DVD tem um substituto já eleito e empossado: o Blu-ray, mas nem isso irá fazer esse costume voltar a existir. O reinado do Blu-ray para filmes de locação não deverá ser longo como foi o do DVD. Em seu lugar, virá, no futuro, algo bem melhor e mais prático onde, sem precisar sair de casa e muitas vezes ter que enfrentar frio, chuva, ou até mesmo a preguiça, através de um cabo ou via internet poderão ser escolhidos e vistos esses mesmos filmes - de forma paga, convivendo com a hoje já existente, o download não-pago. Como vantagem adicional, a variedade de títulos disponíveis deverá ser muito maior do que a que existia nas antigas locadoras.

O momento hoje no entanto é o de transição, onde desaparecem as antigas locadoras mas ao mesmo tempo o sistema que as substituirá ainda não está plenamente disponível a todos. Depende-se de conexão eficiente com a Internet e de uma reconfiguração do modelo micro / home theather hoje em ambientes separados na maioria das residências. Estes aparelhos deverão conversar entre si, de maneira fácil e rápida. E, o mais importante, serem acessíveis ao mesmo público antes consumidor das sacolinhas com as caixas plásticas com os discos dentro.

Para o futuro, o melhor; para o presente, enquanto este não chega, resta a saudade do passado, pelo menos nesses momentos de lazer programado de fim de semana...