As 3 dimensões fazem atualmente sucesso no cinema, em um movimento previsto desde o início do ano passado, quando grandes estúdios passaram a investir com mais recursos no formato. Embora o 3D no cinema seja muito antigo, com suas primeiras experiências somente alguns poucos anos após seu nascimento, tendo surgido, desaparecido e ressurgido de tempos em tempos, agora a nova onda 3D possui uma força bem maior do que das outras vezes, devido à tecnologia digital. Esta, permitiu, através da projeção digital, o aperfeiçoamento da técnica, fazendo desaparecer a maioria dos pontos negativos existentes até então - menos os tão falados óculos. Não existe um padrão de qualidade e conforto presente em todos os cinemas ou redes de cinema: cada qual utiliza diferentes modelos, com diferentes níveis de conforto e limpeza - falando aqui tão somente da limpeza sem resíduos de detergentes, etc.... Deveria haver um investimento maior nesses óculos, traduzindo-se em maior atratividade para o espectador.

E esse mesmo espectador assiste agora à chegada das imagens 3D em sua própria casa, com os televisores 3D. Funcionando com um princípio semelhante ao do cinema (o da sobreposição de imagens), exige também o uso de óculos especiais, embora existam já soluções sem o uso dos mesmos. No entanto, os óculos irão predominar nessa fase inicial - pelo menos serão de propriedade do próprio espectador, esperando-se que possuam mais conforto do que muitos utilizados atualmente nas salas de cinema - não todos, felizmente.

No entanto, em casa a recepção de conteúdo 3D através da TV aberta é uma tecnologia que deve demorar para tornar-se realidade do dia a dia, na opinião do especialista Takayuki Ito do laboratório de ciência e pesquisa em tecnologia da emissora japonesa NHK. Para ele, antes do 3D virá outra tecnologia que irá revolucionar de forma mais marcante a experiência de se assistir TV em casa, com implantação mais viável tecnicamente do que o 3D como definição padrão. Trata-se da "super alta definição" onde os telespectadores terão telas que cobrirão uma parede inteira de suas casas, com ângulo de visão lateral muito grande e mais definição do que a atual HDTV.

Para ele o que impede o uso corriqueiro do 3D nas TVs é o cansaço visual do espectador, suportável no cinema mas não tanto em um televisor doméstico. A solução estaria em tecnologias capazes de criar imagens holográficas, permitindo ao espectador vê-la de diferentes pontos de vista, como se rodeasse algo real existente no ambiente. Mas, para isso, exige-se muito mais definição do que a atingida no estágio atual, daí a vinda da super alta definição antes, algo que já vem sendo pesquisado pela NHK a alguns anos mas ainda deverá demorar pelo menos uma década para tornar-se realidade.

Enquanto isso o 3D fará sucesso nos televisores 3D que começam a serem vendidos, através de jogos e de alguns filmes adaptados de suas versões 3D no cinema. E uma melhora intermediária, não em termos de definição ainda, mas em termos de conforto visual será a tecnologia que dispensa os óculos...