Os sinais analógicos de TV (os conhecidos NTSC, PAL e SECAM) chegam aos televisores nas residências praticamente da mesma forma como serão exibidos; de forma simplificada podemos dizer que chegam as próprias linhas já prontas para serem montadas, uma após as outras na tela, enfileiradas em uma sequência que forma o sinal de vídeo. Nas transmissões locais ao vivo existe uma diferença de tempo normalmente imperceptível entre o instante em que o fato está ocorrendo e sua exibição na tela dos televisores nas residências. Quando existe transmissão via satélite, este tempo aumenta um pouco (para cerca de 2 segundos), principalmente devido à distância que o sinal tem que percorrer através de diversos trajetos.

Esse tempo também existe para o rádio analógico, embora aqui os processos e rotas percorridas pelo sinal são outros - em torno de 1 segundo. A diferença, embora pequena - 1 segundo - pode ser percebida em eventos transmitidos simultaneamente via rádio e TV.

No caso da TV a cabo analógica o tempo sobe ainda um pouco mais - em torno de 3 segundos, uma vez que o sinal tem que ser "embaralhado" juntando-se todos os canais para posteriormente ter o canal desejado selecionado na residência do usuário, através dos conhecidos decodificadores que ficam ao lado dos televisores.

O mundo digital não existe de maneira independente do mundo analógico - todas as imagens e sons são gerados nas câmeras e microfones em formato analógico, para a seguir passarem por processos de digitalização e compressão do sinal. No televisor os processos devem ser invertidos e a soma disso tudo pode resultar em um atraso de até cerca de 5 segundos para transmissões locais digitais. Se o satélite entra em cena e se as imagens são em alta definição um volume maior de informação terá que ser tratado e movimentado, chegando-se a ter até 15 segundos de atraso.

Esse atraso, tecnicamente chamado "delay", não é percebido pelas pessoas que assistem a maioria dos programas de TV "ao vivo", pois elas não tem um padrão de referência para constatá-lo. No entanto, esse padrão de referência pode existir para alguém com uma TV analógica ao lado de uma TV recebendo sinal digital. E, mais ainda, para alguém ouvindo pelo rádio a narração do que está ocorrendo no momento, situação típica de esportes como o futebol, onde o grito de gol pode, pela explicação acima, acontecer até 15 segundos antes para uns do que para outros...

O que pode ser melhorado no futuro é o tempo de codificação e decodificação do sinal, com a melhora da capacidade dos processadores, algo familiar para usuários de computadores na troca por um mais potente. No entanto, esse delay jamais será anulado, principalmente nas transmissões de longa distância, pois o sinal consome um tempo em sua viagem através do espaço. Um consolo, no entanto, que pode deixar esses poucos segundos parecerem insignificantes no futuro, após a melhoria dos processadores: uma entrevista "ao vivo" com astronautas em Marte jamais poderia acontecer. O tempo decorrido para uma pergunta e um simples "OK" voltar à Terra pode ser superior a meia hora - dependendo da distância entre os dois planetas...