Entre diversas movimentações tecnológicas, o ano de 2010 apontou algumas direções para o mundo da videoprodução - a consolidação do formato AVCHD no segmento consumidor e semi-profissional foi uma delas. Baseado em codificação MPEG-4, evolução do já antigo MPEG-2 dos DVDs, o AVCHD levou a compressão do sinal de vídeo a um patamar bem maior, comprimindo mais porém com a mesma qualidade do MPEG-2.

A diminuição do tamanho (escalável) de seus arquivos abriu portas para seu uso nos mais diversos equipamentos eletrônicos. As ilhas de edição que sofreram com o AVCHD inicialmente os mesmos problemas sofridos na época da migração do Mini-DV para o HDV (este também um formato com o código MPEG-2) como falta de memória e processador suficiente, aos poucos vem-se adaptando para as novas exigências, assim como os programas de edição. Viu-se uma grande quantidade de lançamentos de câmeras nesse formato, atrativo principalmente para o ramo de eventos no setor de vídeo devido aos grandes tempos de gravação sem requerer a troca de cartões na câmera.

O H.264/AVC está hoje também em outros segmentos, como na camada de codificação do sistema brasileiro de televisão em alta definição ISDB-TB, em câmeras fotográficas que também gravam vídeo em uma versão limitada desse formato (AVCHD Lite) ou em formatos de alta qualidade profissional como o AVC-Intra da Panasonic.

Mas a associação que de fato impulsionou sua expansão foi o da gravação de seus sinais em cartões de memória sólida, cujo preço vem caindo constantemente, ao mesmo tempo que sua capacidade aumenta - existem hoje diversos laptops funcionando exclusivamente com esse tipo de memória.

A tendência deverá continuar, deixando as fitas magnéticas de dois formatos desses segmentos ceder cada vez mais espaço para a dupla cartões+AVCHD: o DV e o HDV.