Como em outros anos, a NAB (National Association of Broadcasters) realizada em Las Vegas (EUA) trouxe diversas novidades e lançamentos interessantes no mercado de videoprodução. A questão da resolução é cada vez mais endereçada pelos fabricantes: a poucos anos atrás câmeras capturando imagens em valores como 2, 3 ou 4K, a preço acessível, era um sonho de futuro. Não mais agora, onde sucessivos lançamentos trazem essa realidade cada vez mais perto dos realizadores.

A Blackmagic Design por exemplo anunciou a sua Blackmagic Cinema Camera, capaz de gravar imagens em 2,5K de resolução (2.192 x 2.592 pixels), em formatos de sinal sem compressão, a ser comercializada a partir do meio do ano por 3.000 dólares. Com um design bem diferente do tradicional, permite o uso dos acessórios usuais para esse tipo de equipamento (follow-focus, filtros, etc...) além da troca de objetivas.

Na mesma linha de grande resolução a JVC mostrou a sua GY-HMQ10, gravando em 4K por 5.500 dólares.

O tradicional cartão P2 da Panasonic "encolheu": foi anunciada uma versão com tamanho físico bem menor e mesmas capacidades do original, na verdade, o tamanho de um cartão de memória SD - um adaptador permite o uso em câmeras com slot no tamanho maior. Prepara-se ainda, com esse lançamento, a chegada do novo formato AVC-ULTRA, previsto para 2013 e já suportado por esses novos cartões. Com esse formato, a Panasonic planeja lançar sua câmera 4K, exibida, este ano, como uma câmera conceito, a Varicam 4K.

Assim, consolida-se cada vez mais a tendência de lançamentos 4K.

No entanto, deve-se ter em mente que são equipamentos para aplicações específicas, como gerar conteúdo para cinema por exemplo (grandes telas, exigem muito mais pixels do que a média dos televisores domésticos). A questão é que a equação tamanho da tela + distância na qual é vista + resolução pode fazer com que um conteúdo 4K não seja diferente de um 1080p. Outras aplicações podem-se beneficiar-se da resolução 4K: se o conteúdo final for full HD por exemplo, é possível efetuar na edição operações de crop e reenquadramento como é possível fazer hoje de HD para SD. Situações de croma-key também beneficiam-se de conteúdo em resolução muito alta. O enorme volume de dados gerados e necessidades decorrentes disso no âmbito do processamento em estações de edição ainda deve ser bastante trabalhado pelas empresas desenvolvedoras de software / hardware focando na sua maior popularização.

Seja como for, essa será a tendência para o futuro: gravação em memórias sólidas de alta capacidade, sinais muito robustos ou não comprimidos e formatos de grande resolução avançando sobre as tradicionais películas cinematográficas, cujo uso já mostra declínio, ainda que lento.

E a sigla HD, hoje ainda em fase de implantação em diversos lugares, já se vê tomando o lugar do SD quando foi lançada, anos atrás: a TV pública NHK japonesa anunciou sua previsão de lançar o Ultra Hi-Vision em pouco menos de 10 anos, um sistema de imagem onde cada frame possui nada mais do que 33 milhões de pixels...