técnica de montagem dos pixels em um sensor do tipo CMOS para aumentar a sensibilidade do chip à luz sem ser necessário o aumento do tamanho de seus pixels, o que acarretaria diminuição na resolução total do mesmo. Quanto maior o tamanho de um pixel, maior sua sensibilidade à luz, do mesmo modo que acontece em fotografia com o tamanho dos grãos de prata.

Utilizada pela Sony em algumas de suas câmeras, esta técnica consiste em mudar o arranjo tradicional dos pixels da forma regular, em linhas e colunas, para a forma inclinada, onde cada pixel continua a ter a forma retangular (no caso, um quadrado), mas disposto espacialmente em ângulo de 45 graus em relação à base do chip. No desenho abaixo, a imagem mais à esquerda mostra como exemplo um pedaço de um sensor tradicional, com 4 pixels alinhados regularmente. A letra "a" indica a distância entre a parte central de cada um deles: esta é a maior resolução horizontal obtida com este tipo de painel. A imagem ao lado mostra os mesmos pixels, com as mesmas dimensões, porém girados 45 graus. Como pode-se ver (indicado por "b"), a distância entre seus núcleos (parte central) diminuiu. Isso significa que as informações desses pixels estão mais próximas lado a lado, ou seja, a resolução horizontal aumentou. Desconsiderando-se o fato desses pixels estarem deslocados verticalmente uns em relação a outros, é o que se pode observar (o aumento referido de resolução) nas duas primeiras figuras do desenho abaixo:

Na terceira figura acima os retângulos amarelos (pixels reais) correspondem à sua localização em uma área de memória (sensor virtual). São dispostos de forma regular (90 graus) e possuem tamanho menor do que os sensores fotoelétricos girados 45 graus. Estes sensores (área cinza maior no desenho) alimentam diretamente esses pixels, indicados pela cor amarela no desenho - o termo "real" é utilizado para indicar que existe uma correspondência direta um a um com sensores. Faltam no entanto os pixels intermediários na área de memória, localizados entre os pixels reais. Estes, indicados na quarta figura do desenho através de quadrados azuis (pixels interpolados), são gerados por um processo de interpolação que analisa a luminosidade de cada um dos 4 sensores cujas pontas formam sua área de cobertura (é possível ver essas pontas na figura do pixel central, mas cada pixel azul é formado da mesma maneira - o desenho mostra apenas um pequeno trecho do painel).

Voltando-se à primeira figura do desenho, é possível ver, em comparação com a quarta figura, como a resolução horizontal (distância entre pixels, maior resolução = menor distância) aumentou nos pixels gerados na área de memória em relação aos pixels existentes no sensor (células cinza) tradicional. O que existe efetivamente no painel CMOS ClearVid são os pixels girados 45 graus, e a partir deles, são gerados na memória os pixels regulares mostrados na última figura do desenho, à direita.

A técnica ClearVid quando empregada em câmeras com um único sensor ao invés de 3, lança mão do artifício de recobrir os pixels por filtros coloridos, nas cores RGB , para gerar as cores da imagem. Tradicionalmente esta abordagem é efetuada através do padrão Bayer, com maior participação da cor verde por ser a que o olho humano percebe com mais facilidade. Mas aqui a proporção da participação da cor verde foi aumentada ainda mais: ao invés de 2 pixels com filtros verdes para cada 1 azul e 1 vermelho, tem-se 6 pixels verdes para cada 1 azul e 1 vermelho. Obviamente no arranjo 3 CMOS esta técnica de filtros não é empregada, por ser desnecessária. O desenho abaixo mostra esta distribuição dos filtros: