processo utilizado em DVDs players com a função progressive scan. Na quase totalidade dos casos, o sinal gravado no disco DVD é do tipo interlaced (pois a maioria dos aparelhos de TV funciona neste modo). DVDs players com função progressive scan montam um sinal progressive a partir do sinal interlaced (daí o nome deinterlace).

Existem basicamente duas formas de montagem, dependendo do original ser um filme ou um vídeo. Isto porque filmes, ainda que gravados no DVD em formato interlaced (através do processo Pull Down) por não serem originalmente captados em interlace (como o vídeo), não apresentam o problema da diferença de tempo no registro das linhas devido aos campos par / ímpar e seus efeitos nocivos na qualidade da imagem. Assim, o DVD player analisa o conteúdo gravado no disco a todo instante no momento da exibição, tentando identificar se é filme ou vídeo, e muda dinamicamente o processo de montagem do sinal progressivo. No processo mais comum um circuito eletrônico compara o conteúdo das linhas dos campos obtidos após a decodificação do sinal gravado em MPEG-2, para decidir se há semelhança (conteúdo original = filme) ou não (vídeo).

Se o conteúdo é identificado como "filme", o DVD player utiliza o modo "film mode". O processo Pull Down usa o mesmo quadro (fotograma) da película para gerar 2 campos de vídeo, depois o quadro seguinte para gerar 3 campos, depois novamente o próximo quadro gera 2 e assim por diante. Nas sequências que possuem 3 campos a partir do mesmo quadro, o terceiro campo é sempre idêntico ao primeiro. Para economizar espaço, o processo de compressão de dados MPEG-2 geralmente não armazena este terceiro campo no DVD: ao invés disso, um pequeno sinal (flag) é gravado para indicar ao decodificador que ele deve repetir o primeiro campo da sequência. No entanto isto não é uma regra básica, existem diversas variações neste processo, utilizando ou não flags, repetindo / combinando campos em quadros, etc... e o circuito de DVD player deve teoricamente interpretá-las corretamente.

No film mode, o DVD player simplesmente despreza o terceiro campo acima descrito (que no caso mais comum nem é armazenado no DVD e sim indicado pelo flag), combina sempre os 2 primeiros e gera assim um quadro completo com todas as linhas. Este quadro então é exibido no mesmo padrão (2:3) utilizado no Pull Down, para garantir os 60 campos (e portanto 30 quadros) por segundo. A figura abaixo ilustra o processo deinterlace film mode:

Se o conteúdo é identificado como "vídeo", o DVD player utiliza processos mais sofisticados, pois neste caso cada campo, por ter sido captado em um tempo diferente do outro (diferença de 1/60 seg) pode possuir diferenças em suas linhas adjacentes de um campo para outro. São utilizados algoritmos que manipulam o sinal gravado nestas linhas tentando homogeneizá-los.

Processos mais simples, como o single field interpolation, vertical filtering e field combining tentam trabalhar as linhas da imagem de ponta a ponta, tentando melhorar seu aspecto. Processos mais sofisticados, como o motion adaptative alternam processos acima conforme o conteúdo da imagem. Bem mais sofisticado e utilizado por pouquíssimos aparelhos, o processo motion compensating analisa com detalhe cada trecho da imagem podendo efetuar ajustes muito mais elaborados.

Os tipos de conteúdo podem alternar-se rapidamente (como em um material com informações "extras" de um DVD, onde cenas do filme alternam-se com entrevistas com os atores por exemplo) e o circuito tem que adaptar-se rápida e corretamente a este fato (o que alguns circuitos mais elaborados fazem melhor e outros não). É aqui onde concentram-se muitos dos problemas encontrados com DVDs players progressivos: como eles dependem da análise do conteúdo gravado para utilizar o processo correto de exibição (film mode ou vídeo), defeitos de masterização (como falhas ou ausência do flag acima citado, erros na cadência dos campos alternados, etc...) acarretam diversos tipos de falhas durante a reprodução do disco.