o tradicional modo interlaced de apresentar imagens possui alguns problemas. Frequentemente é possível perceber a estrutura de linhas que compõem a imagem, especialmente se há diferenças marcantes entre um campo e outro, captados sempre com 1/60 seg. de diferença, devido à quebra na uniformidade do desenho dos tons e cores, problema este comum com imagens em movimento. Esta alternância rápida entre campos diferentes causa um efeito vibratório (cintilação) na imagem resultante, conhecido como flicker.

Imagens em movimento também podem apresentar outro problema: a diferença no tempo de captação entre um campo e outro faz com que rastros ou sombras deixados pelas pessoas/objetos ao se moverem apareçam na imagem resultante, efeito conhecido como combing ou feathering. E ainda, partes que somem e reaparecem na imagem, problema conhecido como line twitter. Estes problemas são menos aparentes se a tela do monitor é pequena ou então se é observada à distância. E são ressaltados em telas grandes (comuns em home theater) ou então quando o monitor é observado a curta distância.

Para tentar contornar estes problemas, a função progressive scan, além de opcionalmente utilizada na fase de captação das imagens, também passou a ser utilizada como opção na exibição das mesmas, mesmo que estejam armazenadas em fita ou DVD no formato interlaced. As TVs com função progressive scan e os DVDs players progressive scan podem transformar o sinal interlaced em sinal progressive em tempo real, no momento da exibição. O progressive scan não aumenta a resolução vertical da imagem, mas corrige os problemas apresentados na exibição das mesmas.

Deve ser observado que, ainda que a qualidade teórica da exibição em tela de um DVD seja excelente, e melhor ainda com a função progressive scan, tudo vai depender da qualidade com que o conteúdo do próprio DVD foi gerado. A maioria dos DVDs comercializados não possui praticamente nenhum problema de masterização. No entanto, para os que apresentam problemas deste tipo, a qualidade do circuito eletrônico do DVD player fará a diferença na reprodução, podendo o mesmo corrigir automaticamente ou não alguns tipos de falhas mais comuns.

A função progressive scan na apresentação de imagens pode estar localizada no próprio aparelho de TV (do tipo display ou projetor) ou então em um DVD player.

No caso do aparelho de TV com função progressive scan, o processo possui algumas semelhanças com alguns processos utilizados na captura em modo progressivo na câmera de vídeo: o circuito do aparelho armazena inicialmente em um buffer de memória um campo do sinal de imagem. A seguir, ao receber o próximo campo, desenha os dois campos na sequência na tela, ou seja, todas as 525 linhas da imagem são desenhadas em 1/60 seg. (e para isso a velocidade de traço das linhas tem que ser 2x maior). No próximo tempo de 1/60 seg. as mesmas linhas são redesenhadas na tela. Ao término de 1 seg., tem-se os mesmos 30 quadros desenhados, porém sem os problemas apresentados pelo modo interlaced. No entanto, esse ganho de qualidade só é visível se o sinal que alimenta o aparelho de TV também estiver gravado no modo progressivo (caso contrário haverá as diferenças entre as linhas pares e ímpares citadas acima). Exemplo de sinais deste tipo: o sinal de uma câmera de vídeo gravado neste modo ou o sinal obtido a partir de um filme telecinado.

No entanto, como a quase totalidade dos sinais comumente exibidos não é do tipo progressive, a maioria dos aparelhos de TV topo de linha não utiliza a função progressive descrita acima e sim um processo chamado line doubler.

No caso do DVD player com função progressive scan, como o sinal gravado normalmente nos DVDs também não é progressive, são utilizados diversos processos de deinterlace.

De modo geral, a imagem apresentada pelo DVD player progressive é melhor do que a apresentada pela TV progressive, porque no DVD existe um circuito inteligente que permite a comutação dinâmica entre os tipos film mode e motion adaptative, o que se traduz em maior qualidade da imagem para o caso de exibição de filmes. O processo utilizado na TV (onde raramente existe o tipo film-mode) é voltado para exibição de fontes do tipo vídeo, não conseguindo assim recriar um quadro progressivo perfeito a partir do sinal original do filme.