técnica utilizada por determinadas câmeras de vídeo que fazem a captação da imagem com frame rate igual a 24quadros / segundo, no modo progressive scan, para poderem gravar o conteúdo em uma fita no padrão interlaced (30 quadros / segundo p.ex., como no padrão NTSC). Também é utilizado, de maneira inversa, em DVD-players com função progressive scan, para recuperar os quadros originais do filme.

O modo progressive scan não gera campos e sim quadros completos. Para efetuar a gravação é necessário desmembrar os quadros progressivos em campos entrelaçados, o que é efetuado através de um mecanismo semelhante ao utilizado no telecine. Este mecanismo denomina-se Pull Down (em referência ao filme ser puxado (pull) para baixo (down) no projetor, como mostra a figura:

Os quadros capturados vão sendo armazenados em um buffer de memória dentro da câmera. Quando, ao final de 1/24 seg. estão completos, são descarregados para a fita. Nesse momento, a câmera grava somente as linhas ímpares, depois somente as pares, depois as ímpares do quadro seguinte, e assim por diante. É utilizada portanto a cadência 2:3:2:3.., a mesma do telecine.

Os quadros assim montados passam a seguir pelo processo de digitalização, onde é efetuada a amostragem da imagem, a digitalização e sua compressão para ser efetuada a gravação na fita. Nesse processo (que ocorre ainda dentro da câmera), os campos são adicionados 2 a 2 e o quadro todo é comprimido, no caso de um formato que utilize compressão intra-frame, como o DV por exemplo, ou o HDV (compressão intra-frame seguida de compressão inter-frame.

A figura abaixo mostra que para alguns quadros, são combinados campos provenientes do mesmo quadro, como em AA, em BB e em DD. E que para outros quadros, como em BC e CD, são combinados campos provenientes de quadros diferentes:

Ao entrelaçar linhas provenientes de quadros diferentes, se estes quadros apresentarem muita movimentação na imagem, os campos de um e de outro ficarão muito diferentes, linha após linha, com pouca homogeneidade:

em AA, tem-se homogeneidade de linhas, o que já não acontece em BC. Os algoritmos utilizados nos processos de compressão tem dificuldade maior para comprimir quadros heterogêneos do que quadros homogêneos. Neste caso são empregadas técnicas específicas para esta situação, que podem, conforme o caso, acarretar degradação da imagem.

Quando o conteúdo gravado na fita é levado para edição-não-linear, é efetuado um processo inverso para recuperar os quadros originais progressivos capturados em 24qps pela câmera. Para os quadros homogêneos, como AA na figura abaixo, a montagem é direta, basta copiá-los para gerar o quadro A:

No entanto, para gerar o quadro C a situação é diferente, pois suas informações estão misturadas em dois quadros diferentes, BC e CD. Assim, estes dois quadros tem que sofrer um processo de descompressão para que as linhas sejam separadas e a seguir outro processo de compressão, para gerar o quadro C.

Este é um segundo fator provável de degradação no processo. Se for desejada a transferência deste conteúdo para película cinematográfica (transfer), o fato pode prejudicar a qualidade da imagem. Se, no entanto, o conteúdo for permanecer em vídeo, o problema não torna-se aparente. No primeiro caso, a solução é utilizar, na câmera, a opção Pull Down Advanced (2:3) (quando disponível). E também, na edição, o programa tem que estar preparado para tratar este processo, que difere do Pull Down tradicional.

No segundo caso, o conteúdo gerado ficará com aspecto film look no que se refere à movimentação das imagens (batimento), sendo muitas vezes utilizado para esse fim. Por outro lado, um conteúdo deste tipo (sem ser feita a retirada dos quadros inseridos pelo Pull Down) pode ser editado juntamente com conteúdo proveniente de película cinematográfica, que tenha passado pelo mesmo processo para conversão filme / vídeo (o mesmo do telecine, porém tendo seu conteúdo gravado ao invés de somente transmitido pela TV).