prisma é o elemento óptico do qual se origina a lente: quando um raio de luz atinge a superfície de um bloco de material transparente de forma não perpendicular ao mesmo e as superfícies opostas deste bloco não são paralelas entre si o raio sofre um desvio em sua trajetória:

O desvio é consequência do fenômeno chamado refração (que significa passagem de um raio de luz de um meio a outro, por exemplo ar-vidro). Nem sempre o desvio ocorre: se o raio incidir perpendicularmente à superfície, a atravessará sem sofrer nenhum desvio:

Por outro lado, quando ocorre, não é idêntico para todas as cores: tons próximos do azul possuem comprimentos de onda menores do que o dos tons próximos do vermelho. Este fato faz com a cor vermelha não sofra tanto desvio quanto sofre a cor azul ao passar de um meio a outro. Um cientista inglês chamado Sir Isaac Newton utilizou este fato para mostrar que a luz branca era, na verdade, composta por várias outras cores:

O maior ou menor desvio dos raios (abertura do 'leque') depende do ângulo de incidência do raio de luz branca que chega ao prisma, do ângulo de abertura das faces superiores do prisma (o melhor para obter este efeito é 60 graus, ou seja, uma 'fatia' do prisma tem o formato de um triângulo equilátero) e do índice de refração do material que compõe o mesmo (diferentes tipos de vidro ou acrílico desviam mais ou desviam menos os raios).

Os raios de luz saem deste prisma, após o terem atravessado (refração) formando um leque luminoso: à formação deste leque de luz dá-se o nome de dispersão.

Existem vários formatos geométricos de prismas e nem sempre o raio de luz o atravessa completamente como no exemplo acima. Em alguns casos, ele é totalmente refletido internamente, como no chamado prisma de ângulo reto (ou de reflexão total), mostrado abaixo:

Neste tipo de prisma, raios que o atingem perpendicularmente em uma de suas faces são integralmente refletidos internamente pela face maior devido ao ângulo formado com a mesma. Isso sempre acontece quando o ângulo de incidência nessa face é maior do que 41 graus, passando a mesma a agir como se fosse um espelho. Instrumentos ópticos, como periscópios utilizam este prisma. A imagem produzida é invertida, à semelhança do que ocorre com um espelho comum (o periscópio utiliza outro prisma semelhante para desinverter a imagem).

Uma variação no uso do prisma de reflexão total é o prisma de Porro:

Neste prisma os raios são direcionados perpendicularmente à sua face maior, ocorrendo duas reflexões internas: a imagem fica de ponta cabeça, mas não invertida lateralmente como nos espelhos e no prisma visto acima. Este tipo de prisma é muito utilizado em binóculos (os chamados binóculos prismáticos) para, entre outros, aumentar seu ângulo de visão. Um segundo prisma desinverte a imagem.

Estes e outros instrumentos ópticos utilizam prismas onde normalmente poderia ser usado um espelho, porque nos prismas a reflexão é mais perfeita, mais uniforme e mais precisa do que a efetuada pela camada metálica do espelho, ocorrendo menos perdas.