("keying out" ou "key") nome dado a um dos tipos de composição de imagens em camadas (layers) onde a imagem que vai ser sobreposta à outra é "recortada" a partir de uma imagem maior, com base em critérios de cor ou luminosidade. Assim é que uma pessoa pode ser "recortada" de seu fundo em uma determinada imagem e "colada" sobre outro fundo. Um exemplo clássico é o quadro do homem ou mulher do tempo, que, situados em frente a um painel colorido com determinada cor, tem sua imagem capturada por uma câmera e a seguir sobreposta a um mapa mostrando as áreas com as nuvens e indicações de temperatura em cada região.

Outro exemplo típico é a de um noticiário onde o apresentador aparece em frente a um fundo onde são exibidas imagens relacionadas ao acontecimento narrado pelo mesmo. Sobreposto a esse fundo e no canto superior direito da imagem é mostrado um logotipo indicativo do programa e na parte inferior da imagem, um letreiro móvel resume o tema da matéria que está sendo apresentada. As 3 composições são efetuadas com recursos de transparência e sobreposição de imagens e a primeira emprega, além disso, a técnica de keying.

O processo de keying é dividido em duas etapas bem distintas. A primeira delas consiste em recortar esses objetos / pessoas que vão ser "colados" na outra imagem. A segunda trata da "colagem" propriamente dita. Na primeira etapa, a chave da questão é que, para que seja possível o recorte, é necessário que haja uma diferença clara entre o objeto / pessoa a serem recortados e o fundo. Assim, no exemplo dos meteorologistas, os mesmos são colocados em frente a um fundo de cor uniforme, como o verde - existem cores melhor indicadas para a realização do processo. No caso, suas roupas não devem possuir nada nesta cor, assim como anéis, colares, brincos e outros acessórios. Se isto acontecer, estas partes irão desaparecer (tornar-se transparentes) durante o processamento da imagem.

Para fazer o "recorte", basta determinar que na imagem, todos os pontos da mesma que possuírem o mesmo tom de verde (a tonalidade uniforme também é um requisito) devem ser considerados como transparentes (sem cor alguma). A cor escolhida pode ser uma cor específica ou um pequeno range (intervalo) de tonalidades de cor. A imagem assim gerada está pronta para ser sobreposta a qualquer outra, como, no caso, o mapa em questão. A estrutura completa-se com um monitor colocado fora da visão da câmera mas próximo do fundo atrás do homem / mulher do tempo, mostrando suas imagens já compostas com o fundo, de forma que os mesmos possam guiar-se em seus movimentos ao apontar locais específicos no mapa.

Antes do surgimento do vídeo o efeito já era empregado a décadas atrás no cinema. Conhecido como bluescreen, as imagens recortadas eram então produzidas através de processos químicos que agiam sobre a película retirando totalmente uma determinada cor escolhida, a cor do fundo. Em vídeo, o responsável por gerar as imagens recortadas era um circuito eletrônico, presente em uma mesa de efeitos ou em um video mixer. Ou seja, o recorte era feito via hardware, tanto para um sinal proveniente de um programa transmitido ao vivo, como para um material pré-gravado. Com o advento dos computadores em videoprodução (edição-não-linear), ganhou-se a possibilidade de fazer-se o mesmo via programa (software). Neste caso, o que possibilitou o emprego desses efeitos foi o uso do alpha channel, também conhecido como key channel, o canal da transparência das imagens. Imagens geradas com o emprego de alpha channel tem um canal a mais de informação para cada pixel, onde é gravado o grau de transparência que o mesmo deve ter. Basta assim, no programa, determinar qual cor será tornada transparente, para que os pixels que a apresentem tenham seu canal de transparência ajustado devidamente.

O processo de recorte no keying da imagem pode ser feito de várias maneiras, cada uma delas recebendo um nome específico. O processo acima descrito, baseado na exclusão de determinada cor recebe o nome de cromakey . E existem processos como o lumakey onde a diferenciação não é feita através de cor e sim da diferença de luminosidade nas imagens. Seja qual for no entanto o processo utilizado, é fundamental para o sucesso do efeito a técnica de iluminação (iluminação para keying) empregada, iluminação esta que permitirá fazer o recorte com precisão ao destacar nitidamente os objetos / pessoas recortados de seus respectivos fundos.

Outro aspecto que deve ser considerado é o "casamento" das imagens de fundo e primeiro plano, que pode ou não ser requerido conforme a situação. Por exemplo se a intenção é colocar uma pessoa dentro de uma casa, em uma cena no interior de uma sala iluminada através de luzes incandescentes, o primeiro plano no cromakey (pessoa a ser recortada) deverá estar também iluminada pelo mesmo tipo de luz. Se no fundo houver uma fonte dominante de luz (lado esquerdo ou direito por exemplo) no primeiro plano a luz deve provir (ou ser pelo menos dominante) do mesmo lado. Se o fundo por outro lado tiver sido gravado em uma cena exterior, é preciso prestar atenção na posição do Sol (se o dia não estiver muito nublado). O céu nublado de maneira não muito intensa passa alguma luz concentrada do Sol, mesmo que fraca, o que é denunciado por sombras suaves do lado contrário ao que o mesmo está. E com o Sol aberto é bem mais fácil identificar a direção de sua procedência. Assim, o motivo em primeiro plano deve ser iluminado imitando não só a direção dessa luz como também sua temperatura de cor, que pode ser ajustada com o auxílio de gelatinas.Outro aspecto a ser considerado é o da intensidade da luz sobre o primeiro plano e sobre o fundo. Uma pessoa sendo "acrescentada" na imagem de uma praia com Sol aberto tem que receber iluminação compatível com a cena da praia.