(Túnel do tempo) o item abaixo reproduz um pouco da história da edição feita em computadores, processo normal hoje em dia, mas inovador no segmento da videoprodução semi-profissional e doméstica quando os primeiros micro-computadores tornaram-se capazes de efetuar essa tarefa. Os detalhes abaixo descritos mostram como o processo era trabalhoso e muitas vezes frustrante, devido à série de requisitos necessários, além do fato de todos os componentes terem que trabalhar em perfeita sintonia, sob pena de ocorrerem falhas ou nem ser possível a execução a edição. O texto original foi mantido, para refletir como um trabalho típico de edição em computadores tinha que ser feito.

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no processo de captura de um vídeo para ser editado em um computador (edição-não-linear) é necessária a presença de uma placa (circuito impresso) instalada no mesmo. É ela que vai efetuar a transferência dos dados (imagem + som) da câmera / VCR para o disco rígido (HD) do micro. Algumas placas realizam uma função adicional: converter, antes da gravação no HD, sinais do tipo analógico para o tipo digital. Isto é necessário quando equipamentos analógicos são conectados ao micro. Neste caso, a placa recebe o nome de placa de captura e digitalização. Algumas placas fazem as duas funções, ou seja, trabalham tanto com sinais analógicos como digitais:

Além disso, também as placas podem, opcionalmente, ter a capacidade de processar efeitos e transições colocados no vídeo durante o processo de edição.

A figura abaixo mostra a placa de captura Studio DC10 Plus da Pinnacle Systems:

Este é um exemplo de placa do tipo analógica, ou seja, trabalha com equipamentos deste tipo. Câmeras e VCRs analógicos são conectados ao computador através de cabos que transmitem este tipo de sinal (sinal composto ou então sinal Y/C).

Os formatos analógicos de vídeo VHS e 8 mm trabalham com sinal do tipo composto. Neste caso, um cabo com 3 conectores do tipo RCA (um para o vídeo - RCA vídeo, geralmente amarelo - e dois para os canais esquerdo e direito do som - RCA áudio, geralmente vermelho e preto ou vermelho e branco) é conectado nas saídas de áudio e vídeo da câmera/VCR. Em sua outra ponta, o cabo possui os mesmos conectores: o conector de vídeo é ligado à placa de edição e os conectores de áudio ligados à placa de som já existente no micro. Algumas placas de som de micros utilizam para áudio, ao invés dos 2 conectores RCA, um conector do tipo mini-plug estéreo.

Os formatos analógicos de vídeo SVHS e Hi8 trabalham com sinal do do tipo Y/C. Neste caso, em relação ao cabo descrito acima, o conector RCA (amarelo) de vídeo é trocado por um conector Y/C, mantendo-se os conectores de áudio na placa de som do micro.

A figura acima (placa analógica) mostra as indicações das conexões RCA para sinal composto e Y/C para SVHS / Hi8 . A placa possui um conjunto de conectores de entrada e outro de saída: os de entrada são utilizados durante a fase de captura. Ao término da edição do vídeo, através do programa de edição é possível fazer com que o mesmo seja reproduzido e um sinal de saída seja enviado, através da placa, para os conectores de saída. É através destes conectores que o vídeo editado pode opcionalmente ser gravado em um VCR ou câmera. O desenho abaixo esquematiza as conexões correspondentes entre a placa no micro e a câmera / VCR:

Câmeras e VCRs digitais (formatos Mini-DV e Digital-8 por exemplo) são conectados ao computador através de um cabo FireWire (ou i.Link ou IEEE-1394) que transmite ao mesmo tempo o áudio e o vídeo. Em uma de suas pontas, o conector FireWire ali existente é encaixado na saída do mesmo tipo da câmera ou VCR. Em sua outra ponta, outro conector semelhante é encaixado na placa instalada no computador. Neste caso é exigida uma placa diferente, que entenda os sinais digitais.

A maneira mais simples de se trabalhar com edição de vídeo digital é instalar uma placa denominada "porta FireWire", como a mostrada abaixo:

A figura acima (placa digital) mostra dois locais para conexão do plug FireWire. Na maioria das vezes apenas um deles é utilizado; o local sobressalente destina-se à conexão adicional de um segundo equipamento digital. Um exemplo poderia ser o de um VCR digital permanentemente ligado à placa e uma câmera digital ocasionalmente ligada à mesma. A captura no entanto é efetuada sempre através de um único local de conexão na placa. No caso de 2 equipamentos conectados, o software no micro permite, através de uma janela específica, a escolha de qual equipamento será considerado no momento.

A porta FireWire permite a captura de conteúdo para edição com custo muito baixo (preço da placa) e com excelente qualidade de imagem. Aplicações no segmento profissional no entanto, que exigem qualidade broadcast, podem pedir o uso de placas de captura bem mais sofisticadas e com custo muito maior - o que não é o caso do segmento semi-profissional, cujas opções são abordadas neste tópico.

Instalada a porta FireWire, a quase totalidade dos programas de edição irá reconhecer os arquivos capturados por ela. No entanto, alguns programas trabalhamde forma diferente, com o auxílio de um circuito impresso, que ajuda o software em determinadas tarefas ou as realiza ele próprio. Neste caso programa e placatem que ser adquiridos conjuntamente, pois um depende do outro. É o caso da placa Studio DV da Pinnacle Systems:

O cabo FireWire é um cabo de duas vias: os sinais podem trafegar tanto em um sentido como em outro. Por este motivo, ao contrário da placa analógica, na placa digital através do mesmo conector é efetuada tanto a entrada como a saída de áudio e vídeo. Ao término da edição do vídeo, através do programa de edição é possível fazer com que o mesmo seja reproduzido e um sinal de saída seja enviado, através da placa, para o conector FireWire. É através deste conector que o vídeo editado pode opcionalmente ser gravado em um VCR ou câmera digitais. O desenho abaixo esquematiza as conexões correspondentes entre o micro, a placa e a câmera / VCR:

Placas que trabalham com os 2 tipos de sinais são semelhantes às placas acima, possuindo tanto as conexões analógicas como as digitais.

Opcionalmente, para facilitar a conexão e desconexão dos cabos entre a câmera / VCR e o computador (principalmente no caso das placas que trabalham com os 2 tipos de sinais, analógico e digital, ou seja, utilizam muitos cabos), alguns fabricantes disponibilizam uma pequena caixa, denominada breakout box (ou BoB). Sua função é trazer para a frente do computador as conexões que de outra forma teriam que ser feitas, geralmente, em sua parte traseira. Estas conexões englobam as entradas e saídas de vídeo da placa (tanto na forma vídeo composto como na forma Y/C) e também a conexão FireWire (áudio e vídeo digital). Em alguns modelos de placa, a entrada e saída de áudio analógico pode ser feita através da placa de edição (ao invés de o ser através da placa de som do micro). A figura abaixo mostra uma breakout box com locais para conexão das entradas e saídas referidas acima:

Existem placas que trabalham somente no sistema NTSC ou somente em um dos sistemas PAL ou somente no sistema SECAM. Outras podem trabalhar com múltiplos sistemas.