a quantidade de luz admitida por uma lente (abertura) é medida através de um sistema denominado f-stop. Através deste sistema, quanto maior o f-stop ajustado para uma determinada lente, menor o orifício formado pelo diafragma através do qual a luz penetra em direção ao CCD. Assim por exemplo, uma lente ajustada para f=5.6 permite a entrada de mais luz do que quando ajustada para f=11. Câmeras de vídeo do segmento profissional no entanto permitem a troca de objetivas, possibilitando assim a exploração de diversas características que as diferenciam, como distância focal, ângulo de visão e outras. Nesta situação, duas objetivas diferentes, ambas ajustadas para o mesmo valor de abertura (ex. f=4), não necessariamente terão a mesma luminosidade. Isto acontece porque as objetivas diferem muito quanto ao tipo de lentes que empregam, quantidade das mesmas, características, etc...

A luz, ao incidir sobre a superfície frontal de uma objetiva, penetra em seu interior, em sua maior parte, porém uma pequena parte é refletida (como um espelho). Esta reflexão constitui uma pequena perda de luminosidade, e nem todas as objetivas refletem a mesma porcentagem de luz. Uma vez em seu interior, outro tipo de perda ocorre: a absorção. Lentes de boa qualidade são fabricadas com vidro de alto fator de transmissão luminosa, mas mesmo assim uma pequena perda sempre ocorre. De novo, diferentes objetivas possuem diferentes fatores de absorção luminosa interna. Por fim, ocorre ainda a reflexão interna, ou seja, como a objetiva é composta (principalmente as zooms) por diversas lentes, ocorre reflexão da luz que atinge uma lente B proveniente de uma lente A. A perda por este tipo de reflexão é também mínima (em torno de 2%), mas difere de objetiva para objetiva.

Assim, trocar uma objetiva ajustada em f=4 por outra, também ajustada em f=4, nem sempre fará com que o CCD receba a mesma quantidade de luz. Em cinema, ao contrário do vídeo (onde existe o recurso do controle automático de exposição), o problema é mais crítico, pois se a abertura não for ajustada para corrigir a maior ou menor luminosidade causada pela troca da objetiva, a imagem ficará mais clara ou mais escura, prejudicando a continuidade na cena. Para solucionar o problema, estas objetivas possuem, ao lado da escala de f-stops, outra escala, denominada t-stop. Neste sistema de medição, o " t " provém de "transmission": ao invés do cálculo de luminosidade ser feito através da geometria das lentes, como no f-stop (distância focal dividida pelo diâmetro da lente), é feito calculando-se a quantidade de luz transmitida através das lentes. Assim como no f-stop, também na escala t-stop o relacionamento entre os números é feito dobrando-se ou dividindo-se por 2 a luminosidade (conforme diminui-se ou aumenta-se o número). No entanto, não existe nenhuma relação entre os números de uma escala e outra. Normalmente a abertura propiciada por um determinado número t-stop é ligeiramente maior do que a correspondente ao mesmo número na escala f-stop, para compensar as perdas de luminosidade da objetiva em questão.

O t-stop deve ser utilizado para fins de cálculos de exposição. No entanto, para cálculos de profundidade de campo, ângulo de visão da lente, etc.., deve ser utilizada a escala f-stop.