dos inúmeros raios de luz que partem do objeto situado abaixo, à direita de uma lente convergente, considerando-se somente os raios que atingem a mesma paralelamente a seu eixo (linhaperpendicular à linha vertical indicada pela letra E no desenho) , representados por linhas amarelas no desenho, observa-se que os mesmos encontram-se após atravessar a lente no ponto F . Este ponto, definido para estes tipos particulares de raios, denomina-se ponto focal. Chama-se distância focal à distância deste ponto ao eixo E da lente. Esta medida (distância focal) é utilizada para medir o quanto uma lente é convergente (grau de convergência da mesma), pois quanto mais convergente for a lente, mais próximo do eixo E da lente estará este ponto.

Embora cruzem-se em locais diferentes ao longo do seu trajeto, todos os raios correspondentes a determinado ponto convergem para um mesmo ponto no anteparo onde forma-se a imagem. Este local, onde a imagem é formada (anteparo verde no desenho) chama-se plano focal.

A distância focal afeta o ângulo de visão: em uma lente mais convergente do que outra, os raios convergem, concentram-se bastante em um ponto próximo da mesma após tê-la atravessado, ou seja, ela capta e concentra bastantes raios, quando comparada a uma lente menos convergente (maior distância focal):

No desenho, a lente da esquerda tem maior distância focal do que a da direita; os raios convergem pouco após atravessar a lente para formar a imagem (verde) dos pontos (pretos) do objeto focalizado. Na lente da direita a convergência é maior, a imagem forma-se mais próxima da lente - e no ato da focalização a lente foi trazida para mais perto do CCD (azul).

A lente da esquerda 'vê' menos do que a da direita: o CCD consegue enxergar menos de 3 dos 5 pontos pretos focalizados; já a da direita enxerga quase 4 pontos. Na da esquerda os pontos estão mais dispersos, ou seja, a imagem está mais ampliada. Na da direita os pontos estão mais concentrados, a imagem idem. Assim, um mesmo objeto aparecerá ampliado na da esquerda e reduzido na da direita, sendo que nesta haverá mais espaço para a paisagem ao redor do mesmo.

Em outras palavras, quanto menor a distância focal, maior o ângulo de visão da lente, e vice-versa.

A distância focal não interfere na perspectiva : quando o operador da câmera permanece estático no mesmo lugar e aciona o controle do zoom passando de grande angular para a tele-objetiva , a perspectiva dos objetos não muda na imagem: ela simplesmente é amplificada, da mesma forma que ocorre na ampliação de um negativo fotográfico. O que muda é somente o ângulo de visão proporcionado. Porém, se o operador se afasta do motivo enquadrado, a perspectiva muda: os objetos e pessoas ficarão com aparência menor, porém elementos em primeiro plano reduzirão mais de tamanho do que elementos ao fundo, por estes estarem mais próximos da objetiva do que aqueles.

Devido à ampliação da imagem acima referida (na situação em que a distância focal da objetiva é alterada, sendo aumentada sem modificar a distância da câmera ao objeto ou pessoa) um interessante efeito ocorre: os diferentes planos, por estarem sendo vistos de bem longe, aparentam estar mais próximos uns dos outros. Diz-se que a imagem fica comprimida. O inverso ocorre quando a distância focal é diminuída: a expansão aparente dos planos da imagem. No primeiro caso, tem-se como exemplo cenas em filmes de pessoas caminhando em direção à câmera que parece estar andando em uma esteira rolante (não aparentam estar chegando mais perto da câmera, ou, em outra palavras, sua velocidade de aproximação é bem mais lenta do que o normal). No segundo caso ocorre o inverso: essa velocidade aumenta, e com frequência esse ajuste é escolhido para cenas de movimento rápido, como lutas, para ampliá-los.